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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

VAMOS CONSTRUIR NOVAS ORGANIZAÇÕES ?

Ester de Paiva Virzi
Pós-graduada em Recursos Humanos
"Compreender a dinâmica das organizações demanda uma abordagem voltada para o cotidiano, numa tentativa de perceber a lógica interna da prática institucional, os acordos tácitos firmados e a relação entre o discursos e a ação diante dos objetivos sociais da organização.
Para que isto aconteça, impõe-se uma análise que contemple pelo menos três aspectos fundamentais: a realidade socialmente construída, os atores sociais e políticos que participam das organizações e o contexto do texto, (perdoe-me o plágio, Patrícia Ashley).
A politização das relações internas e externas da organização permite-nos compreender a diversidade de interesses e o conflito como elementos inerentes ao processo organizacional, abrindo a discussão sobre o espaço do poder informal e as diferentes formas pelas quais ele se manifesta. Mas, se estivermos realmente em busca de um novo olhar sobre as organizações, é preciso essencialmente pensar sobre o exercício do olhar.
Este exercício nos convida a exercitar músculos e atitudes até então adormecidos, para ver outros ângulos da realidade e, assim, podermos reconstruir esta realidade com outros instrumentos.
A história do universo, da humanidade, das ciências, da tecnologia e da administração foi, e é sempre, uma história de rupturas. O construtivismo nos ensinou que as rupturas são fundamentais para desestabilizar as certezas e convicções arraigadas e progredirmos para uma outra etapa de maior complexidade.
É, então, um momento histórico de ruptura. Quem sabe o exercício do olhar nos leve a passar de uma tipologia do dentro (ser humano) e do fora (organização) para uma topologia que dialetize estas duas dimensões, dos fatos para os processos, do binário para a configuração, da lógica formal para a interação, que
é o "locus" de toda construção.
Nesta nova conjuntura científica, o conhecimento ocupa um lugar central, porque, simplesmente, ele não pode ser separado do homem. Ser, conhecer e transformar são fenômenos profundamente articulados e que só podem ser vividos pelo ser humano.
Dentro do contexto de mudanças percebidas como necessárias, o intuito de coordenar as diversas dimensões da vida através da criação de novos hábitos, atitudes e ações que tenham sinergia, torna-se fundamental. O novo mundo caracteriza-se pela necessidade de administrar a complexidade.
É importante ainda resgatar a crença de que todas as pessoas têm uma missão, uma vocação, um desejo de contribuir para a sociedade como um todo. Isto é algo inerente ao ser humano, embora a oportunidade de sua descoberta seja ainda pouco oferecida.
O somatório de esforços orientados pela decisão individual de cada ser humano se constituirá em organizações que gerarão as grandes transformações sociais para viabilizar a vida no planeta. Esta demanda, aliás, já se encontra presente na geração que vive a Era do Conhecimento. Como diz Carl Rogers: "A não ser que o homem possa fazer novas e originais adaptações em seu ambiente, tão rápidas quanto sua ciência pode modificar o ambiente, nossa cultura perecerá. A aniquilação será o preço que pagaremos pela falta de criatividade".
Assim, minha proposta de olhar as organizações é orientada para este novo horizonte: não uma metáfora da anarquia requintada mas, uma proposta de identificação e valorização do homem à frente do processo de reconstrução do universo organizacional."

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